domingo, 14 de fevereiro de 2010

Uivando para a Lua


O Lobisomem

A idéia era homenagear os filmes de terror da década de 40. A referência é O Lobisomem de 1941, com Lon Chaney. Essa intenção é cumprida. Daí a ser um bom filme...

O roteiro respeita a história de 41 e traz a mitologia clássica sobre lobisomens. Mas respeito demais pode atrapalhar. E atrapalha. Falta roteiro, faltam bons diálogos, falta drama. Mas tem suspense e ação em boa quantidade. Não é o suficiente, mas já é alguma coisa.

O elenco está bem. Benício Del Toro é ótimo ator e confirma isso, apesar do corte de cabelo que lembra o Moe dos Três Patetas. Emily Blunt se firma cada vez mais como boa atriz dramática. Hugo Weaving sempre lembra o agente Smith de Matrix, mas faz competentemente o inspetor da Scotland Yard. Cabe a Sir Anthony Hopkins dar a escorregada da turma. Caricato e desinteressado, ele não dá o peso que o patriarca dos Talbots deveria ter. Mas nada disso compromete o filme.

O que compromete é o roteiro fraco e a direção pseudo-estilosa de Joe Johnston. Quando não inventa, vai bem. Foi assim com Querida, Encolhi as Crianças e Jumanji. Quando resolve dar um estilo, escorrega. Podemos ver isso em Rocketeer, Pagemaster - O Mestre da Magia, Jurassic Park III e Mar de Fogo. Bom, ele escorregou de novo. O Lobisomem não é ruim, mas fica bem longe de ser bom. O espectador não entra no clima do filme. Não vibra, não torce, não se interessa. As mortes acontecem, o cara vira lobisomem, a vila quer caçar a fera, o amor tenta salvar tudo e há um final que respeita a lenda. Tudo bem feito, mas sem empolgar. Uma pena...

O Lobisomem tem seu valor de resgate daquele terror clássico esquecido. A figura do monstro repete a estética de 1941. A história é praticamente a mesma. Mas a expectativa é de 2010 e ficamos esperando mais. E chega a ser deprimente a deixa para uma continuação no final. Se esse monstro vai uivar de novo, é melhor caprichar mais.

Esqueceram o Harry Potter no Olimpo.


Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Você conhece o diretor Chris Columbus. É dele os Esqueceram de Mim 1 e 2, e os dois primeiros filmes de Harry Potter, além de O Homem Bicentenário, Uma Babá Quase Perfeita e Nove Meses. Todos são filmes bem feitos, divertidos, mas mal dirigidos. Columbus é burocrático. Os fãs de Harry Potter costumam considerar os 2 primeiros filmes como os melhores, mas é só porque eles são os mais fiéis aos livros. Como filmes, são bem mais ou menos. Todos os outros são melhores (até o chato do terceiro). Mas Chris Columbus faz sucesso com as suas burocracias e esse Percy Jackson e o Ladrão de Raios é mais um exemplo disso.

Resumindo: Percy é filho de Poseidon com uma mortal. Rola um barraco no Olimpo, o raio de Zeus foi roubado e ele acha que o tal de Percy é que é o ladrão. E aí ele tem que provar que não é e, de quebra, achar o raio e salvar a mãe. Logan Lerman faz o personagem-título. E mal. Ele estava melhor como o jogador que controla o Gerard Butler em Gamer. A bem da verdade, o trio principal tem atuação de série adolescente de televisão. Brandon T. Jackson não lembra em nada o Alpa Chino de Trovão Tropical e Alexandra Daddario é bonitinha, e só. Não que o resto do elenco esteja bem, até porque o Chris Columbus não dirige bem atores. Pierce Brosnan e Sean Bean estão corretinhos e Uma Thurman está bem mal. Jake Abel e Rosario Dawson até se salvam nesse furdunço aí.

Dito isso tudo, pode parecer que o filme é ruim, mas não é. É óbvio, ingênuo, mas bem divertido. Típico filme de Chris Columbus. E um dos pontos altos é a utilização da trilha sonora como complemento da narração. Na mais divertida, o trio de heróis acaba drogado dentro de um cassino em Las Vegas. Durante toda a "viagem" deles, o que toca é Poker Face, com a Lady Gaga. Muito bom.

Um bom exemplo de filme de férias, futuro clássico de Sessão da Tarde, Percy Jackson e o Ladrão de Raios cumpre o papel de divertir. Tem as qualidades e os defeitos de todos os filmes do Chris Columbus. Cuidado na produção e no visual. Erros na direção de atores e nas construções das cenas. E como resultado, mais um exemplo de que cinema é a melhor diversão.

Jovem, aliste-se já!


Guerra ao Terror

Vou começar confessando uma coisa: não me empolgo muito com filmes de guerra. Gosto muito de alguns, como Apocalipse Now, Falcão Negro em Perigo e Platoon, mas não sou daqueles que vai ao cinema porque o filme é sobre guerra. Não vejo a menor graça nisso. Mas se há uma boa história a ser contada...

Guerra ao Terror me deixou na dúvida se é ou não um bom filme. Afinal, qual história está sendo contada? Com certeza, há a de William James, especialista em desarmar bombas e, ele mesmo, uma bomba ambulante. James é interpretado com muita garra por Jeremy Renner (que já tinha mostrado qualidade em O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford) e ganha rapidamente a simpatia do público. Mas lá pela terceira bomba a ser desarmada você já não está mais encontrando novidades na sua história. E o filme vai assim, impressionando pela frieza das cenas, pelo ritmo da ação, mas não tendo mais uma história para contar. O bom elenco ainda causa a sensação de que alguma coisa possa interessar, mas essa coisa não aparece. Para os apreciadores de Lost, ainda há a Evangeline Lilly atuando com o mesmo peso dramático da mistériosa história de J. J. Abrams: nenhum.

Na direção, no entanto, parece vir a grande qualidade de Guerra ao Terror (e a grande surpresa, também). Kathryn Bigelow ganhou destaque por Caçadores de Emoção, filme muito simpático que faz a gente gostar até do Gary Busey. Depois disso, fez 2 ou 3 filmes com direção burocrática e que não empolgaram. Pois nesse aqui, ela invade a ação e coloca o espectador no meio da tensão das cenas. A direção frenética dá a real sensação da paranóia da guerra. E é nessa sensação que esbarramos num outro defeito do filme. Lá pelas tantas, a história ganha um ar de propaganda militar, do tipo "Jovem, aliste-se já!", que incomoda um pouco.

E toda a sensação que Guerra ao Terror está sendo nas premiações? Pois é, não achei que é filme para isso tudo. Superestimado, mas bom filme. Vale a ida ao cinema, mas não vai mudar o modo como você vê a guerra e suas consequências. A menos, claro, que você queira se alistar no exército americano...

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Vergonha alheia quase compulsória.


Xuxa em O Mistério de Feiurinha

Prometi a todo mundo que não iria ver esse filme. Prometi a mim mesmo. Mas sou pai de Julia e ela queria tanto vê-lo que sucumbi. Me obriguei a ver esta bomba por causa do amor de pai. Aprendi a lição: até amor de pai tem limites.

Antes de falar do filme, vou ser bem franco: as crianças adoram (e algumas mães também). E se esse tipo de sub-produto de cinema ajuda, com a sua bilheteria, a produzir mais filmes, que continue sendo feito. Se não ajuda em nada, que parem agora com essas coisas.

A história, livremente baseada no livro de Pedro Bandeira (bom livro, mas que só dá argumento para 20 minutos do filme), mostra princesas dos contos de fadas preocupadas com o desaparecimento de uma delas, a tal Feiurinha do título. Mas tudo isso é só uma desculpa para que circule na tela uma quantidade infindável de personagens desnecessários declamando os piores diálogos possíveis.

Como sempre acontece nos filmes da Xuxa, ela coloca um monte de amigos para aparecer em cena. Assim, além de termos que aturá-la (cada vez pior como atriz e já mostrando que não é mais nenhuma menina), ainda aparecem burocraticamente Leandro Hassum, Samantha Schmütz, Antonio Pedro, Luciano Huck, Lavínia Vlasak e Luciano Szafir (em 2 papéis). Zezé Motta, Paulo Gustavo, Hebe Camargo e Angélica têm um desempenho mais honroso, e Sasha não é tão mal atriz como andaram falando. Mas quando se vê o filme, fica muito claro que a direção afrouxou e deixou a ação entre amigos correr frouxa. Tizuca Yamasaki já soube fazer cinema um dia. Desaprendeu. A sua direção lembra muito as do J. B. Tanko nos filmes antigos dos Trapalhões.

E é isso aí. Apesar de uma direção de arte razoável, um filme ruim por todos os outros motivos. As crianças adoram. Mas nós também adorávamos aqueles filmes antigos dos Trapalhões e eles não eram bons. A Xuxa se contenta em ser uma trapalhona de antigamente. Problema dela. Mas não me peça mais para ver esse tipo de filme. Combinado, Julia?

O troco acabou.


O Fim da Escuridão

E o Mel Gibson está de volta. E fazendo um papel muito parecido com o que ele fez em O Troco, só que um pouco mais carrancudo. E numa história muito parecida com a de O Troco, só que mais enrolada e menos explicada. E assim vai o Mel Gibson fazendo o que gosta. Mas com cara de quem não gosta.

O diretor Martin Campbell sabe fazer filmes divertidos. Fez 007 Contra Goldeneye, A Máscara do Zorro e o excelente 007 - Cassino Royale. Mas não consegue fazer esse O Fim da Escuridão divertir tanto. A história sobre um policial que quer vingar a morte da sua filha é cheia de reviravoltas bobinhas e mal explicadas, e os personagens não são carismáticos. A exceção é Jedburgh, interpretado com firmeza e simpatia por Ray Winstone (de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal). Ficamos o filme todo na dúvida se ele é bom ou mau. Mas gostamos dele desde o início.

Difícil de gostar é do personagem e da interpretação de Mel Gibson. Carrancudo em excesso, chato na medida certa. Isso, chato. E filme em que o personagem principal é chato só pode ser uma coisa: chato. Que saudade do Martin Riggs de Máquina Mortífera...

Sem pretensão se vai ao longe.


Zumbilândia

A maioria dos filmes ruins fracassa pela pretensão. Querem ser muita coisa e não conseguem. Zumbilândia não é um deles. Não pretende ser nada além de uma diversão sem propósito, sem conteúdo, sem motivos e até sem roteiro. E consegue. Não o tempo todo, mas por um tempo suficiente para gostarmos do filme.

A trama é simples. Quase todos os americanos viraram zumbis. Não interessa o porquê, aceite, viraram, ponto. 4 deles ainda são humanos e tentam chegar a algum lugar (que também não interessa qual nem por qual motivo). Primeiro, somos apresentados ao personagem de Jesse Eisenberg (de Férias Frustradas de Verão), um jovem nerd que tem regras estabelecidas para fugir dos zumbis. A ele se junta o mais novo candidato, pela repetição de papel, a Nicholas Cage (só que bem mais divertido): Woody Harrelson. Ele faz aquele papel de doidão de sempre, o que funciona muito bem neste filme. O filme ganha muito mais graça (em vários sentidos) quando a dupla pilantríssima formada por Emma Stone e Abigail Breslin entra em cena. Emma (de Superbad - É Hoje) é linda e boa atriz. Abigail confirma o talento e o tempo ótimo de comédia já demonstrados em Pequena Miss Sunshine e Três Vezes Amor. A relação das duas duplas garante boas risadas.

Mas é um coadjuvante que rouba a cena e proporciona a melhor sequência do filme: Bill Murray. Ele está impagável na pele de... Bill Murray. Fazendo papel dele mesmo, o velho Murray é muito bom. Aqui, ele é ótimo. E o roteiro (ou quase isso) capricha na história do seu personagem.

E o filme vai assim, na qualidade e na simpatia dos atores. Criando situações para você gostar dos seus personagens. Sem pretensão. E sem pretensão diverte. É uma grande comédia? Não. Mas também não pretendia ser. Ponto para Zumbilândia.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Daniel na cova das leoas


Nine

A pessoa que conheço que mais entende de musical é a minha mãe. E foi ela também que me apresentou ao cinema italiano. Eu deveria ter ido assistir Nine com ela. Você já vai entender o motivo. Você não gosta de musicais? Então nem leia o resto do texto. E nem veja o filme. Mas se você ama musicais...

Rob Marshall já havia nos presenteado com o ótimo Chicago. Depois disso, fez o bonito (mas arrastado) Memórias de uma Gueixa, mas volta ao gênero com Nine. E como o projeto é grandioso! E só lembrando: também é grandioso o seu próximo filme, pois ele estará na direção de Piratas do Caribe 4.

Assim como Chicago, Nine é baseado num musical de sucesso da Broadway (que é baseado numa peça de sucesso, mas sem músicas, italiana). A história é uma referência ao filme 8 e 1/2 de Fellini. O personagem principal é uma referência ao Fellini. E o que se vê na tela é uma mistura entre musical americano e cinema autoral italiano. Você acha que isso não vai funcionar? Acertou, não funciona. Mesmo assim, não é um filme ruim, mas você tem que gostar de musicais. Ou de cinema autoral italiano. No meu caso, deu para levar. E com algum prazer.

As músicas não são tão divertidas como as de Chicago, e isso é um grande problema. Quando é para divertir, o filme não diverte tanto. A melhor cena musical é com a inexpressiva Kate Hudson. As de Penélope Cruz e Marion Cotillard também são ótimas. Mas é só. Na hora de contar a história do cineasta com crise de idéia, o filme fica picado demais. Quando vai engrenar, rola uma musiquinha. E desse jeito, o filme não embala. Mas há o que se ver na tela...

Nine é um filme do elenco. É lógico que a direção de Marshall dá destaque aos atores, mas são eles que garantem o ingresso. Sophia Loren faz a mãe do personagem principal. E arrebenta. É a melhor representação da musa italiana. Quando ela entra em cena, todas as crises do diretor são claramente entendidas. Musa. Ícone. Diva.

E se a mãe não está verdadeiramente ao seu lado, eis que surge Judi Dench. Ela é a figurinista-amiga-confidente-conselheira-protetora. E antes de mais nada, é Judi Dench. Firme e forte. Sensível e permissiva. Musa. Dama. Diva.

E aí aparece Penélope Cruz. É a amante que todo italiano sempre sonhou. Exuberante e ingênua. Linda e frágil. Musa. Libido. Diva.

E não é que logo vem Nicole Kidman. Ela faz o papel da atriz-fetiche dos filmes do diretor. E aparece starlet total, uma celebridade em todos os detalhes. Linda em todos os movimentos. Musa. Mito. Diva.

E quando você acha que a crise do diretor não pode piorar, Marshall nos serve a esposa vivida sensacionalmente por Marion Cotillard. O ponto de referência, a serenidade, a mulher apaixonada insatisfeita. Linda e comum. Forte e frágil. Um conflito em cada olhar. Musa. Companheira. Diva.

Recheando esse universo italiano, mais um monte de mulheres lindas, incluindo uma exuberante Fergie (do Black Eyed Peas). Ah, e tem a bonitinha da Kate Hudson...

Marion Cotillard, Judi Dench e Penélope Cruz estão formidáveis e todo o resto do elenco está muito bem, mas o filme é sobre Guido Contini e ele é representado pelo espetacular Daniel Day-Lewis. Que ator! Num filme com mulheres tão exuberantes (tirando a bonitinha da Kate Hudson), você fica preso àquele homem que está em crise por causa delas. A tela parece pequena demais para o talento desse ator. Já havia sido assim em Sangue Negro. E é novamente assim em Nine. Nunca um inglês foi tão italiano. E vice-versa. Muso. Impressionante. Imprevisível. Insuperável. Divino.

E Nine é isso aí. Não empolga como musical. Não empolga como cinema autoral italiano. Mas tem Daniel Day-Lewis e suas mulheres maravilhosas. E nisso, esse Nine é 10.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Pouso em terra firme


Amor Sem Escalas

E o Jason Reitman conseguiu novamente. Aos poucos, o diretor vai conseguindo fazer as platéias americanas (e as que se parecem com elas) gostarem dos seus filmes com "caras" de europeus. Amor Sem Escalas repete o estilo de filmar que já havia sido sucesso com Juno. E é um filmão. A direção é muito boa, o roteiro é ótimo e o elenco é um espetáculo.

George Clooney é o cara mais legal do cinema. E faz cara de comum. É o James Stewart dos tempos atuais. No filme, ele é um profissional que tem a missão de ir até as empresas para dar a notícia da demissão de seus funcionários. Ou seja, é o cara que faz o trabalho sujo que os executivos das companhias não querem fazer. Como ele é muito requisitado, passa 10 meses do ano viajando, fazendo com que se sinta mais a vontade em aviões e hotéis do que em casa. Isso, lógico, faz com que ele não tenha vínculo com ninguém. Um solitário por opção. Clooney leva o personagem com um misto de cinismo e fragilidade que encanta a platéia. Cada vez mais maduro como ator, George mostra nuances sutis que não haviam nos seus trabalhos anteriores.

Vera Farmiga faz a versão feminina do personagem de Clooney. Quando eles se encontram, fica clara a afinidade entre eles. E essa mulher tão madura e resolvida mexe com o coração do personagem principal.

No meio disso tudo há a personagem de Anna Kendrick. Ela é uma nova funcionária da empresa de Clooney que vai acompanhá-lo nas viagens para entender melhor o negócio. E é essa personagem que provoca as revisões de rumo do roteiro. Suas juventude e inexperiência (no trabalho, na vida, em tudo) abalam as seguranças dos outros.

O elenco de apoio é de primeiro time. Alguns velhos parceiros de Reitman reaparecem (Jason Bateman e J. K. Simmons, por exemplo) e há os pontas de luxo com Sam Elliott e Zach Galifianakis.

Mas não é só o elenco. Roteiro e direção são primorosos. Quando a história parece previsível, o roteiro nos surpreende. Quando a cena parece óbvia, a direção faz com que os sentimentos dos personagens transbordem da tela para a platéia. E quando há a necessidade de uma pontuação extra, a trilha sonora no faz entrar no clima das relações.

Mesmo que o (péssimo) título em português tente nos enganar, Amor Sem Escalas é muito mais que uma história romântica. É sobre opções, decisões, relações e outros ões que podemos achar por aí. Jason Reitman está cada vez mais maduro. George Clooney está cada vez mais maduro. Vera Farmiga e Anna Kendrick estão fantásticas. Embarque nesse vôo com a certeza de que o pouso é bem seguro.