sábado, 6 de junho de 2009

Saudades do James Cameron


O Exterminador do Futuro: A Salvação

Quem me conhece sabe que implico com o James Cameron. Não acho que ele seja esse diretor todo que um monte de gente acha que ele é. Ele fez filmes bem legais, mas acho a sua direção burocrática. Quer dizer, talvez seja uma burocrática plus, mas não é muito mais do que isso. Pois se já não fosse suficiente o Jonathan Mostow (e o seu pavoroso O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas), agora vem o McG e isso que deram o nome de O Exterminador do Futuro: A Salvação. Salvação mesmo é trazer o James Cameron de volta.

O argumento do filme não é argumento, é desculpa. A partir daí, arrumaram um monte de ceninhas de ação para gastar a verba (que não foi pouca) da produtora. Com isso, temos um roteiro ridículo, com soluções que oscilam entre imbecis e impossíveis. E olha que para uma solução ser impossível num filme de, digamos, ficção científica, é preciso se esforçar muito. E há esse esforço. Para fazer mal feito, a turma se esforça. E os diálogos? Chamem a Glória Perez. O Raj e a Maya têm diálogos melhores...

Nessa coisa de argumento e roteiro, eu tenho uma tese. Os dois primeiros filmes são muito legais porque temos um exterminador praticamente indestrutível perseguindo os mocinhos, que têm que fugir e ainda arrumar um jeito de acabar com ele. A história da skynet é muito legal quando contada em 10 minutos durante as perseguições. Os terceiro e quarto filmes querem falar da skynet. Isso é um saco! E nesse quarto filme a coisa piora, porque os humanos da resistência são umas bestas e as máquinas da skynet não ficam atrás. O futuro vai ser difícil de aturar...

Mas até aí parece que o senhor McG tem pouca culpa. Mas é só até aí. As cenas de ação até que são legais, mas como elas quase não têm função na história e o diretor está só preocupado em ficar mostrando as máquinas, tem uma hora em que a gente se desliga um pouco delas. A direção dos atores é péssima, apesar da qualidade do elenco. Todos estão ruins, com exceção de dois. Sam Worthington está muito bem e carrega o filme nas costas. A sua atuação faz aumentar a expectativa da refilmagem de Fúria de Titãs, em que ele fará o papel principal (Perseu). O outro ator que está perfeito no filme é Arnold Shwarzenegger. É, o velho Arnoldão está ótimo e em forma. Sua presença faz com que a gente se sinta menos ludibriado no preço do ingresso pela expectativa que o filme gerou. Christian Bale? Helena Bonham Carter? Brice Dallas Howard? Todos péssimos. E se não bastassem os bons atores com péssimas atuações, o doido do McG ainda retira do limbo o Michael Ironside, um dos maiores canastrões que o cinema já produziu. E se o cara já era péssimo fazendo papel de vilão, imagine como ele está no papel de mocinho? Ah, vai te catar, McG!

Se não tem nada bom? Até tem. Os efeitos especiais são ótimos (e isso já era esperado) e a trilha sonora, se não é maravilhosa, tem a qualidade Danny Elfman (o que não é pouca coisa). Mas é muito pouco para quem queria recomeçar a franquia Terminator. Volte, James Cameron, volte. Ou chamem o J. J. Abrahams.

Um comentário:

Urbano disse...

Hahahaha! alguém envie um Exterminador e mate os tataravós de MCG! Não precisa matar a mãe do Jonathan Mostow, acho que no caso dele, basta uma surra bem dada!
abs!