sábado, 29 de maio de 2010

Raivinha do Tião


Fúria de Titãs

Ao entrar no multiplex, o funcionário foi logo brincando: "o Fúria do Tião é na sala 1". A brincadeira dá o exato tamanho do filme. Encarado como passatempo, passa. Esperar mais do que isso não dá. O filme é bom? Não. Mas vai cair bem numa sessão da tarde, como o original de 1981.

Refilmagens costumam trazer a responsabilidade de respeitar ou melhorar o original. Nesse caso, não havia isso. As diferenças de época, orçamento, tecnologia e público tiravam esse peso das costas do novo filme. Mas esse recente Fúria de Titãs repete as mesmas premissas ingênuas do primeiro filme, mas se leva a sério demais. Aí, deixa de empolgar. Não bastasse isso, ainda tem duas ajudas contra: Louis Leterrier e Sam Worthington.

Louis Leterrier é um exagerado. Gosta de mostrar que sabe usar os movimentos de câmera para filmar ação. Isso deixou Carga Explosiva 2 divertido e, graças a um roteiro que segurava a ação (lembrando a série de TV), O Incrível Hulk interessante. Mas em Fúria de Titãs ele não tem freios. E tome cenas exageradas, cansativas e sem emoção. Todas bem feitas, mas sem graça.

Sam Worthington está cada vez com menos carisma. É quase impossível torcer pelo seu personagem. Perseu e a zaga reserva do time lá da rua não valem de nada. Aquela carinha de raiva que ele faz parece que ele comeu um bobó arretado e não vai dar tempo de chegar no banheiro. Mas o cara tem um agente bom e estrelou 3 dos últimos blockbusters (Exterminador do Futuro: a Salvação, Avatar e esse Fúria). Vai entender...

O resto do elenco também não rende, porque não tem roteiro e diretor para fazê-los render. É uma pena ver tanta gente boa fazendo feio num filme com tanta visibilidade. O Liam Neeson, então, nem se fala. Lembra muito aquela atuação patética de Darkman: A Vingança Sem Rosto.

Os efeitos são ótimos, muitas das vezes usados a toa, ou melhor, usados a moda do Leterrier. Espera-se o tempo todo pelo Kraken e quande ele aparece decepciona. Não pelo efeito especial que o criou, mas pela cena em si. Matar o Kraken é mais fácil que roubar pirulito de criança. E fica a dica: fuja da projeção 3D. Acredite, o 3D estraga os efeitos, pois o filme foi transformado em 3D em cima da hora só por questões comerciais. Resultado: ficou uma bosta.

E aí, o que tinha tudo para ser uma grande diversão, é só divertidinho. Como disse o funcionário do multiplex, esse Titã é Tião...

Um comentário:

Coruja disse...

Cara, é mais um filme que a critica me afasta do cinema.