segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Beija eu, beija eu, beija, me beija!


A Princesa e o Sapo

E a Disney nos traz a sua primeira princesa negra. É interessante notar que ela vem quase junto com a eleição do Barack Obama. E parte da história de Tiana lembra a história da família do presidente norte-americano. E alguns grupos ainda caíram de pau no Estúdio do Mickey pela caracterização da personagem principal. Dizem que a cultura negra está estereotipada. Num desenho animado esperavam o quê? E olha que a princesa negra passa 90% do filme verde, porque vira sapo também. Resumindo: uns sugerem manipulação pró-negros, outros contra. Interessante...

Mas muito interessante é este A Princesa e o Sapo. Os Estúdios Disney voltam à animação 2D e fazem isso muito bem. Mais uma vez, não é a técnica que está em jogo, mas o bom roteiro do filme. Apesar de não trazer grandes novidades (é aquela fórmula tradicional de filmes de princesa), o roteiro aproveita o que o argumento traz de novo: a cultura de Nova Orleans. E tome vodu, tabasco, um colorido carregado e jazz. E aí o filme se aboleta no climão Dixieland. Como já disse, é um desenho animado tradicional de princesa. Sendo assim, tome cantoria. É um musical, onde todo e qualquer personagem canta e dança. Só que, neste caso, o cinema vai junto, porque estamos envolvidos com aquele gostosíssimo jazz da Louisiana. A trilha sonora é uma delícia e ficamos esperando a próxima canção. Diversão pura.

Mas o filme tem lá seu defeito: a direção. Em algumas partes, A Princesa e o Sapo se arrasta sem necessidade. A oscilação de ritmo quase compromete o resultado final, principalmente se levarmos em conta que é direcionado (única e exclusivamente) ao público infantil. Ron Clements e John Musker (que também são os roteiristas, junto com Rob Edwards) têm uma história em direção de filmes com altos e baixos. Ao mesmo tempo que fizeram os geniais Hércules, Aladin e, principalmente, A Pequena Sereia; eles também são os culpados dos horrorosos As Aventuras do Ratinho Detetive e O Planeta do Tesouro. Dessa vez, eles fizeram um bom filme, mas que poderia ter sido espetacular.

Como curiosidade ufanista, na versão original, em inglês, o príncipe que vira sapo é dublado por Bruno Campos, ator brasileiro já estabelecido no mercado dos EUA (principalmente em TV) que, por aqui, atuou em O Quatrilho. Na versão em português, quem faz a voz do personagem é o Rodrigo Lombardi, o Raj de Caminho das Índias.

Para quem tem criança em casa, é uma ótima pedida. Para quem não tem, vá para curtir o visual e a música. E você ainda vai se lembrar dos sapos (e sapas) que já beijou um dia. Não? Ah, qual é?..

Um comentário:

Fábio Alves disse...

Ainda não tive coragem de ir ver essa animação. Estou torcendo tanto pra Disney voltar a dar atenção à animação 2D que fico bastante propenso a gostar do filme...

Abraços Márcio, belo blog.