quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

E não é que o Nicolas Cage ainda sabe atuar?


Vício Frenético

É uma refilmagem, mas é um outro filme. O original é de 1992, com direção do Abel Ferrara, e com atuação magistral do Harvey Keitel. É um ótimo filme. E também ótima é esta nova versão.

Nicolas Cage reencontra o desejo de atuar neste filme. Há muitos anos ele vem sobrevivendo de papéis burocráticos, todos com os mesmos trejeitos, com aquela carinha de sempre de... Nick Cage. Em Vício Frenético, ele resolve voltar a ser ator. E se sai muito bem. O personagem é bem a sua feição: policial com conduta duvidosa e viciado. Ou seja, um elemento de caráter duvidoso para a função. Um cara com cara de doidinho (doidão, não). E ele já tem essa cara. Mas não tira o mérito de lembrar as qualidades de ator apresentadas em Asas da Liberdade e Despedida em Las Vegas, por exemplo.

Mas o filme não é só o sr. Cage. É todo bom. Boa história, bom roteiro, boa produção, bom elenco (Val Kilmer e Eva Mendes também parecem atores) e ótima direção. Werner Herzog surpreende dirigindo esse tipo de filme. Basta olharmos a sua filmografia para acharmos que essa não é a sua praia. Mas bom diretor não tem praia, ele surfa em todas elas. E, aqui entre nós, ele deixa o Abel Ferrara no chinelo. A tensão dessa segunda versão é muito maior que a da primeira.

Vício Frenético é uma boa "surpresa" da temporada. Refilmagens, costumam decepcionar. Esta não decepciona. Um diretor fora da sua característica costuma decepcionar. Herzog não decepciona. O único que decepciona é o Nicolas Cage. Quando achamos que ele será aquele canastrão de sempre, ele decepciona e se mostra ator de verdade. Francamente, sr. Cage...

Um comentário:

CelsoJnr disse...

É muito bom "reencontrar" Nicolas Cage.

Sempre gostei muito do sujeito e vinha me decepcionando com certa freqüência nos seus últimos filmes. Pondo de lado O Senhor das Armas - em que sua atuação, embora longe de ser ótima, não comprometeu - o histórico recente do cara é péssimo. Talvez ele tenha ingressado na sempre perigosa "zona de conforto".

Sua atuação em Vício Frenético, ao menos por enquanto, recoloca sua carreira nos eixos, o que também não quer dizer lá grande coisa, já que não se trata de nenhum Marlon Brando.

Volto a destacar o belo decote de Eva Mendes, o que lhe garantiu uma atuação... firme! rs