sábado, 13 de fevereiro de 2010

Vergonha alheia quase compulsória.


Xuxa em O Mistério de Feiurinha

Prometi a todo mundo que não iria ver esse filme. Prometi a mim mesmo. Mas sou pai de Julia e ela queria tanto vê-lo que sucumbi. Me obriguei a ver esta bomba por causa do amor de pai. Aprendi a lição: até amor de pai tem limites.

Antes de falar do filme, vou ser bem franco: as crianças adoram (e algumas mães também). E se esse tipo de sub-produto de cinema ajuda, com a sua bilheteria, a produzir mais filmes, que continue sendo feito. Se não ajuda em nada, que parem agora com essas coisas.

A história, livremente baseada no livro de Pedro Bandeira (bom livro, mas que só dá argumento para 20 minutos do filme), mostra princesas dos contos de fadas preocupadas com o desaparecimento de uma delas, a tal Feiurinha do título. Mas tudo isso é só uma desculpa para que circule na tela uma quantidade infindável de personagens desnecessários declamando os piores diálogos possíveis.

Como sempre acontece nos filmes da Xuxa, ela coloca um monte de amigos para aparecer em cena. Assim, além de termos que aturá-la (cada vez pior como atriz e já mostrando que não é mais nenhuma menina), ainda aparecem burocraticamente Leandro Hassum, Samantha Schmütz, Antonio Pedro, Luciano Huck, Lavínia Vlasak e Luciano Szafir (em 2 papéis). Zezé Motta, Paulo Gustavo, Hebe Camargo e Angélica têm um desempenho mais honroso, e Sasha não é tão mal atriz como andaram falando. Mas quando se vê o filme, fica muito claro que a direção afrouxou e deixou a ação entre amigos correr frouxa. Tizuca Yamasaki já soube fazer cinema um dia. Desaprendeu. A sua direção lembra muito as do J. B. Tanko nos filmes antigos dos Trapalhões.

E é isso aí. Apesar de uma direção de arte razoável, um filme ruim por todos os outros motivos. As crianças adoram. Mas nós também adorávamos aqueles filmes antigos dos Trapalhões e eles não eram bons. A Xuxa se contenta em ser uma trapalhona de antigamente. Problema dela. Mas não me peça mais para ver esse tipo de filme. Combinado, Julia?

Um comentário:

Patrícia Siciliano disse...

É... Você tentou fugir desse filme até o fim das férias - e caiu na armadilha do pré-carnavalesco! Há!

Cá entre nós, essa tendência vinha se mostrando claramente - estava na cara que ia sobrar a Feiurinha para você - e eu até entendo sua resistência - mas filme da Xuxa é como remédio ruim: toma logo e acaba com isso!

No mais, só a certeza de que filhos te fazem passar pelo impensável... Bj-bj!